quinta-feira, 30 de julho de 2015

Alma: Celeste



E quanto à Alma Celeste, o que há para falar? Que experiência temos da presença e ação dela em nossas vidas?
Ela é tão impalpável que, das filosofias que a reconhecem, a maioria diz que ela nem mesmo está plenamente encarnada, mas permanece acima da cabeça, visível (para quem pode) como um globo luminoso - aquelas imagens clássicas do Anjo da Guarda que o retratam zelando por crianças, o mostram com uma estrela brilhando acima dele, aludindo a esse aspecto não-corporal desta alma em particular (mesmo que seu centro de ação esteja na cabeça, associado ao Caldeirão da Sabedoria, que nasce virado para baixo e, portanto, vazio).
Já vimos que a Alma Telúrica é ativa desde a vida intrauterina, e que a Alma Oceânica surge plena com a aquisição da linguagem, ambas em constante atividade enquanto houver vida - mas a Alma Celeste permanece silenciosa nos bastidores da consciência durante a maior parte da vida, apenas registrando as experiências de vida do indivíduo; ocasionalmente, e em especial nas situações em que grandes decisões, sobretudo as de ordem ética, devem ser tomadas, ela toca as almas abaixo dela e infunde a intuição de como agir: geralmente só a Alma Telúrica percebe a sua presença e retransmite essa intuição codificada como um pressentimento para a Alma Oceânica, que pode ou não receber a mensagem e agir de acordo. Quem nunca teve esse tipo de pressentimento em situações de crise moral e, subitamente, sentiu como se o tempo parasse para a decisão ser tomada, e só bem depois viu que um grande risco pessoal foi evitado por essa decisão?
É necessário esclarecer que essa "moralidade" da Alma Celeste nem sempre está de acordo com os códigos morais da sociedade, internalizados pela Alma Oceânica durante a sua educação, e às vezes está mesmo em oposição a eles - uma frase de Isaac Asimov, dita por um personagem da série da Fundação, descreve bem essa situação: "nunca deixe o seu senso de moralidade impedir que você faça o que é certo!"
A Família associada a ela é a dos Deuses, e ela própria pode ser considerada como uma divindade "aprendiz", sendo guiada por um ou mais Deles, esteja a pessoa consciente disso ou não - no caso do indivíduo estar num caminho espiritual e buscar conscientemente o contato divino, a presença dos seus Padroeiros é cada vez mais percebida conscientemente, e é aí que a manifestação da Inspiração ocorre.

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