segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Endovélico, Semana 29: Experiência Pessoal




Qualquer um de nós que teve a oportunidade de cultuar, e então contactar, alguma das Divindades antigas, tem inúmeras histórias para contar -- ou teria, se algumas delas não estivessem sob interdição por ordem da Divindade em questão e a maioria delas, como já disse, ocorrer de modo tão despretensioso e ordinário que simplesmente não teriam sentido para alguém fora da relação. Mas esta semana é a das vivências particulares, diferentemente dos testemunhos dados anteriormente, então vamos ver o que conseguimos...
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Você está diante de um monte tumular verde, numa planície verde, do outro lado de um rio de águas escuras; cruze o rio, raso e muito frio, até a outra margem, e caminhe ao redor do monte, no sentido anti-horário, até encontrar uma entrada no monte (voltada para qual direção?),  com dois pilares de pedra negra e uma terceira pedra suspensa sobre eles; entre no monte e siga por um corredor estreito e escuro, com cheiro de terra, até uma luz bem no coração do monte.
Você está numa cãmara de terra revestida por pedras enormes, e na parede oposta à entrada uma imagem de Endovélico em pedra negra o encara com olhos de pedra branca (como é a imagem?); uma mesa de pedra à frente da imagem apresenta duas lãmpadas de óleo acesas, e uma bacia de cobre para oferendas; dê o que acaba de surgir em suas mãos (o que é?) e peça permissão para descer, com suas próprias palavras, ajoelhado diante do altar.
Se nada de especial acontecer, a permissão não foi concedida; agradeça mesmo assim e saia pelo corredor até o lado de fora, atravesse o rio de volta e encerre a visão.
Se você encontrar um buraco largo e escuro sob o altar, você ganhou salvo-conduto de ida e volta; agradeça, entre no poço, encontrando degraus sob os pés, e desça com cuidado, mão esquerda tocando na parede ao lado, girando para baixo no sentido horário; a luz vai ficando mais distante na câmara acima, até desaparecer, e a descida se faz na escuridão total.
Tão profunda é a escuridão que mesmo os olhos da mente tentam preenchê-la com luzes, cores e imagens; em certo ponto os degraus terminam, mas as cores e luzes se organizam numa imagem clara...
...uma planície à luz da Lua (qual fase?), e um caminho sob seus pés; siga o caminho até chegar numa encruzilhada, quatro vias encontrando-se num ponto central. Um grande crânio de javali está no chão, uma vela negra na órbita esquerda, uma vela branca na direita, e uma vela vermelha na testa, e na sua luz vemos varias letras de uma escrita desconhecida cobrindo o osso branco, as presas revestidas de ouro; em suas mãos está um ramo de pinheiro, que é ofertado diante do crânio, enquanto você se levanta e olha.
Olhe o caminho à frente por alguns instantes, e veja o que houver para ver nessa direção; repita isso nos caminhos da direita, de trás e da esquerda.
Dê tempo para ver o que acontece, ou quem se aproxima...
Ao terminar, faça uma reverência ao crânio, dê meia-volta e saia; mesmo se ouvir qualquer coisa às suas costas, não olhe para trás, mas siga pelo caminho por onde veio até a imagem se desvanecer e a escuridão voltar.
Encontre os degraus apalpando na escuridão, suba com a mão direita na parede, no sentido anti-horário, até sair do poço sob o altar da cãmara; em suas mãos está um ramo de louro, que é ofertado no altar em agradecimento.
Sobre o altar há uma taça de cerãmica, na qual você bebe a mesma água fria do rio que cruzou para chegar aqui; agradeça, saia pelo corredor até o lado de fora.
Olhe a planície verde uma última vez (algo mudou?), cruze o rio para a outra margem, respire fundo e volte ao mundo do dia-a-dia.
Escreva o que viu e sentiu.
Escreva o que sonhar esta noite.
Não repita isso mais de uma vez por mês no início; mais tarde a visão pode ser repetida a cada sete ou nove dias.
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Essa visão me foi dada há muito tempo, e foi mudando a cada vez até a forma atual, que compartilho aqui --- que lhes seja de proveito!


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