Nesta noite (14/05) ergue-se no céu a Lua Cheia de Maio, festejada pelos esotéricos no Festival de Wesak.
(O que isso tem a ver com o Druidismo? Tenham paciência e verão...)
O que era uma festividade exclusiva dos Budistas, a celebração da Iluminação do Buda Gautama, foi, por assim dizer, "sequestrada" pela Sociedade Teosófica no começo do século XX, e passou a ser o dia máximo da Grande Fraternidade Branca, onde os Mestres Ascensionados desciam próximo ao mundo material para derramar suas bênçãos e ensinamentos, às vezes tornando-se visíveis aos discípulos e peregrinos reunidos no vale secreto onde a celebraçäo ocorre -- sim, parece algo saído do clássico "Horizonte Perdido" e sua lendária Shangri-lá, mas é com detalhes ainda mais luxuriantes que Leadbeater descreve a cena em "Os Mestres e a Senda", então tentem não estranhar muito...
Essa idéia do contato com os Mestres e sábios que já partiram para o Outro Mundo é virtualmente universal -- ocorrendo mesmo em contextos monoteístas: a literatura Cabalística é pródiga em discussões entre Rabinos já desencarnados e seus discípulos terrenos, por exemplo -- e nunca é demais lembrar que o texto do Táin Bó Cuailnge, a Ilíada irlandesa, havia se perdido deste mundo até ser restaurado a nós pela aparição espectral de Fergus mac Roich, um de seus protagonistas, que narra o texto completo da epopéia ao jovem Bardo que sem querer o evocou em seu túmulo, e que anotou o relato para nossa felicidade.
Mas, diferentemente dos Teosofistas, cuja visão dos Mestres chegava às raias da idolatria e fomentava a passividade mais abjeta (e que foi severamente denunciada por Krishnamurti em seu discurso de rompimento com a Sociedade), o que eu vejo no caso da visão de Fergus e nos debates rabínicos transdimensionais é uma relação mais igualitária e afetuosa, a visão que o Druidismo tem dos Ancestrais do Espírito, os que nos passaram a Tradição quando foi a nossa vez de zelar por ela, e que nunca deixaram de estar por perto para aconselhar e trazer um lampejo de Inspiração.
E além disso -- aqui é uma especulação minha -- a própria ocasião parece druidicamente auspiciosa, com o Sol em Touro oposto à Lua Cheia: Plutarco nos diz que as "eras" druídicas duravam mais ou menos 30 anos, contando o tempo que Saturno levava para entrar no primeiro grau de Touro, dar a volta no Zodíaco e retornar ao ponto de partida, e o Caldeirão de Gundestrup mostra a constelação de Touro, completa com suas vizinhas Órion, Cão Maior e Lebre, e repete essa configuração 3 vezes para marcar a sua importância...
Assim sendo, pelos motivos acima expostos, eu tomo posse do Wesak em nome dos Druidas modernos, no espírito dos Druidas antigos, e o resignifico para ser o Festival dos Sábios, uma clareira aberta no círculo do tempo, uma noite mágica onde os Antigos nos falam em meditação, visão ou sonho, e da qual, quem sabe, acordemos amanhã um pouquinho mais sábios.
Que a luz da Lua lhes ilumine a noite!
How To Get Good At Magic – Notes From Bolivia | Solo Show
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Há um dia
2 comentários:
realmente uma data muito especial
Sempre muito agradável perceber a sintonia entre o que eu vivo e o que vc escreve!E o quanto vc esclarece minhas percepções pessoais!
Gratidão!
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