quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Solstício




Ninguém sabe porque, mas nos inícios da história humana as pessoas se mobilizaram para construir monumentos de pedra por toda a Europa, enquanto outros grupos na Oceania, Ásia e Américas eram separadamente movidos pelo mesmo impulso e criaram estruturas similares -- todas elas orientadas pelos movimentos aparentes do Sol, da Lua e das estrelas, marcando os quatro momentos astronômicos que abrem as estações do ano.
Essas culturas já não estavam por ali quando os Celtas chegaram ao ocidente europeu, mas os monumentos ficaram lá como testemunho de seu conhecimento: não seria demais achar que os Druidas se puseram a examinar as estruturas e a decodificar seu mecanismo, mesmo não tendo nada a ver com os seus construtores e nem dando importância especial aos Solstícios e Equinócios como datas rituais (as festas de Manannán em Manx e de Áine na Irlanda ocorrem no Solstício de Verão, mas não são sazonais em si mesmas)
Nós, que moramos em São Paulo, que é cortada pelo Trópico de Capricórnio, hoje perdemos as sombras ao meio-dia, pois o Sol fica exatamente no zênite nessa data e hora -- o Relógio de Sol da Universidade de São Paulo marca o momento, uma linha vertical da ponta do gnômon até a linha do Solstício, como nas fotos acima; dá para sentir o Sol como um caldeirão de onde o Fogo celeste é derramado em força total e carrega a Terra de energia vital, que transborda e vivifica a todos os seres ao ponto da sobrecarga -- calor, lentidão, o próprio tempo parece correr mais devagar nestas semanas antes e depois do Solstício -- mas esse triunfo é o começo do fim, os dias agora vão se tornando mais curtos e as noites mais longas, até o Inverno chegar seis meses depois.
O dia mais longo, a noite mais curta, eis que o Solstício de Verão chegou!

Bendito o Fogo derramado do Sol
Bendito o dia longo em que Ele reluz
Bendita a noite curta em que Ele dorme
e sonha com a Terra embebida de Luz

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